Nas minhas conversas com os homens tenho sempre a sensação que acabo por saber mais um pouco sobre nós mulheres. Será por isso que gosto tanto de falar com eles? Será, com toda a certeza!
Numa dessas últimas conversas o homem que estava à minha frente revelou-me o que pensava das mulheres independentes e fez-me compreender que algo estaria errado: ou a forma como ele nos via ou a forma como nós mulheres comunicamos, ou simplesmente as duas coisas.
Como gosto sempre de me colocar em perspetiva, quando tenho oportunidade ou quando percebo que vou receber algo novo, disse SIM a esta reflexão.
A partir desse momento fui encontrando respostas aqui e ali, mensagens aqui e ali e pessoas que, de alguma forma, me ajudavam a compreender melhor esse enorme erro: o do julgamento.
Uma coisa percebi!
Quer as mulheres, quer os homens, julgam-se mutuamente e sem respeito.
A comunicação entre nós passou a ser agressiva e preconceituosa.
Há muitas exceções? Sim há, porque eu própria já o experienciei, mas ainda não é a regra, infelizmente.
Não vou entrar no tema do julgamento, porque está mais do que falado.
Quero, sim, seguir um caminho de construção onde possamos encontrar soluções para este drama que não nos leva a lado nenhum.
Para isso, se vais continuar a ler, sacode a poeira do passado. Hoje é outro dia e amanhã é o que se projeta hoje. Se queres julgamento, é isso que vais receber. Se queres aceitação é isso que vais receber.
Escolhe!
E se ainda tens dúvidas! Não há sofrimento que justifique continuares a julgar daqui para a frente. Apontares dedos não é solução: reflete-se automaticamente para quem o faz.
O quê que isto tem a ver com Mulheres Independentes? TUDO!
Porque neste tema há distorção do que é ser-se independente, tanto para quem o vê como para quem o sente.
Aquele que vê, vê uma mulher “cheia de si” sem espaço para mais ninguém. Vê alguém que não precisa de ajuda nem quer. Vê alguém perdida na sua própria trama e que está cheia de razão.
Aquela que sente, sente que não precisa de dar satisfações a ninguém, faz o que quer da sua vida, comunica sem pensar no impacto. Age para não sofrer, como sofreu no passado.
Se isto não é “andar às turras”, já não sei de mais nada!
E sabem mais? Não sei mesmo para onde nos leva, mas não me cheira bem.
Vamos pôr os pontos nos “Is”.
Uma mulher independente é o contrário de uma mulher egoísta.
Uma mulher independente é uma mulher que se responsabiliza pelo seu comportamento e procura dentro dela respostas e razões para os seus comportamentos. Mais cedo ou mais tarde, acontece. Isso não significa que não precise dos outros. Muito pelo contrário. Ela sabe que sem os outros essas respostas seriam mais difíceis de aceder.
Uma mulher independente chora e muito, mas ri ainda mais, e muitas vezes dela própria.
Uma mulher independente sabe que a sua independência centra-se na sua responsabilização e não na vitimização. Não é fácil para ela perceber que está errada porque tem a “mania da perfeição”, mas quando percebe transforma-se.
Ela é humana. Ela experimenta. Ela investiga, a ela e aos outros. Está ávida de saber mais.
Tem muitos defeitos como qualquer humano, mas está disponível em ser melhor. Cada uma no seu tempo, porque ela sabe que não pode ser cópia de ninguém.
Uma mulher independente não tem receio de mostrar a sua fragilidade e vulnerabilidade, e quando o demonstra é em lugares onde sente segurança. Se não sentir, nada feito.
Aqui reside o outro lado da moeda de uma mulher independente. Para a terem perto ela precisa de sentir que se pode derreter. Dá trabalho para quem a quer? Dá! Mas não teria piada se não desse.
Para ti homem que me estás a ler…
Se queres uma mulher independente perto de ti, para de julgar. Acolhe a diferença e nutre o espaço onde queres que a mulher se deite. Escolhe sabiamente que lugares queres construir.
Para ti mulher que me estás a ler…
Se queres ser uma mulher independente, para de julgar. Aceita a emoção e acolhe-a. Acolhe a diferença e avança, sem medo, em lugares seguros. Escolhe sabiamente quais são os lugares para ti.
Eu sou a responsável pela minha felicidade. O meu marido faz parte dela mas sou eu que tenho que encontrar a definição da felicidade dentro de mim e de como a alcanço. Quando percebi isso fez com que me libertasse. O meu marido já pode ser “ele” e eu já posso ser “eu”. Michelle Obama
Com Amor.
Joana