Um dos maiores erros é pensarmos que a FELICIDADE é uma emoção.

Assiste-se a uma corrida feroz atrás da felicidade. Oferece-se “isto” e “aquilo”, promove-se “este” e “aquele” evento e, de repente, anda-se à procura do que não se encontra.

    • Aprende-se muito com as coisas simples, mas anda-se atrás da complexidade.
    • Aprende-se muito com as pessoas humildes, mas é nas pessoas superficiais que investimos mais tempo.
    • Aprende-se muito com a natureza, mas é a natureza que sofre mais.
    • Criamos necessidades atrás de necessidades.
    • Vivemos a acumular.
    • Fazemos corridas contra o tempo à espera que esse tempo nos dê todas as respostas que pensamos precisar.

Pouco sabemos sobre felicidade. Mas se perguntarmos o que as pessoas querem, a maioria diz que quer ser feliz.

Procuramos as relações para sermos felizes. Quando se trata de relacionamentos íntimos colocamos as expectativas tão elevadas que acabamos por morrer na praia.

  • Nas relações encontramos:

    • Contrastes que nos convidam a desafiar o que temos como certo
    • Diferenças que nos convidam a melhorar a comunicação
    • O que menos gostamos que alguém nos faça
    • Sentimentos de raiva e medo por não nos sentirmos aceites
    • Reflexos diários do que mais temos que trabalhar em nós
    • Pessoas que não são exactamente o que gostaríamos que fossem

Procuramos o outro na expectativa que nos traga o que não temos e chegamos à conclusão que nada do que precisamos realmente pode ser oferecido por alguém.

  • Podemos ter momentos de:

      • Entusiasmo, quando alguém nos faz o que mais gostamos
      • Alegria, porque nos sentimos amados
      • Satisfação, por recebermos o que queremos
      • Parceria, quando alguém nos complementa em algo na nossa vida
      • Companheirismo, quando sentimos empatia do outro

A felicidade não pode ser confundida por momentos.

Somos felizes no todo e não nas partes que o compõe. As partes são emoções, são sensações mais ou menos boas, que acontecem aqui e ali, são pixéis que se juntam e que dão origem à imagem maior. Ter consciência do todo é estar fora das partes. Vivê-las, senti-las mas ter consciência que não é aí que residimos. É esse todo que nos oferece a possibilidade de reflectirmos se somos ou não felizes.

Quando comecei a entender a felicidade como algo autónomo, percebi-a como a opção.

Não se pode confundir a felicidade com o dia-a-dia que nos trás dor, desconforto, fraqueza, frustração e até mesmo deslumbramento, entusiasmo ou euforia.

A felicidade existe por si, independente desses momentos fugazes ou duradouros, dependendo do que sentimos em relação ao tempo.

Acho que um dos maiores erros é pensarmos que felicidade é uma emoção.

Felicidade é um sentimento. Emoção é algo que existe num tempo e espaço diferente do sentimento.

Saber disto liberta-nos… E talvez possamos deixamos de ter a necessidade de correr.

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